Fenoxietanol em cosméticos: é seguro?

O fenoxietanol é um conservante usado em muitos cosméticos e produtos de higiene pessoal. Você pode ter um armário cheio de produtos que contenham esse ingrediente em sua casa, quer você saiba ou não.

Quimicamente, o fenoxietanol é conhecido como glicol éter, ou seja, solvente. CosmeticsInfo.org descreve o fenoxietanol como "um líquido oleoso e ligeiramente pegajoso com um leve aroma de rosa".

Você provavelmente entra em contato com este produto químico regularmente. Mas é seguro? A evidência é mista.

Analisaremos as pesquisas científicas mais relevantes sobre esse ingrediente cosmético comum. Você pode decidir se deseja mantê-lo ou eliminá-lo de seu arsenal de produtos de cuidados pessoais.

Muitos produtos cosméticos convencionais e de luxo contêm fenoxietanol. É frequentemente usado como conservante ou estabilizador para outros ingredientes que poderiam se deteriorar, estragar ou se tornar menos eficazes muito rapidamente.

O fenoxietanol também é usado em outras indústrias, inclusive em vacinas e têxteis. Este artigo enfoca seu papel em cosméticos tópicos.

Você pode ver este ingrediente listado de algumas maneiras:

Você pode encontrar o fenoxietanol como ingrediente em uma ampla variedade de cosméticos e produtos de higiene, incluindo:

Talvez o mais famoso na consciência pública, foi usado no creme para mamilos da marca Mommy Bliss. Em 2008, a Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) considerou-o inseguro para lactentes, devido a preocupações sobre como isso afeta o sistema nervoso central.

Em perfumes, fragrâncias, sabonetes e produtos de limpeza, o fenoxietanol funciona como um estabilizador. Em outros cosméticos, é usado como antibacteriano e/ou conservante para evitar que os produtos percam sua potência ou estraguem.

Quando combinado com outro produto químico, algumas evidências indicam que é eficaz na redução da acne. Um estudo de 2008 em 30 seres humanos com acne inflamatória mostrou que, após seis semanas de aplicações duas vezes ao dia, mais da metade dos indivíduos teve uma melhora de 50% no número de espinhas.

Os fabricantes que desejam evitar o uso de parabenos, que recentemente perderam a preferência entre os consumidores preocupados com a saúde, podem usar o fenoxietanol em seus produtos como um substituto.

Mas o fenoxietanol é mais seguro que os parabenos para uso tópico em humanos?

Decidir se você deseja ou não usar produtos com esse produto químico é uma decisão complicada. Há dados conflitantes sobre sua segurança. A maior parte da preocupação decorre de incidentes registrados de más reações cutâneas e interação do sistema nervoso em bebês.

Atualmente, o FDA permite o uso desse ingrediente em cosméticos e como aditivo alimentar indireto.

Um painel de especialistas da The Cosmetic Ingredient Review (CIR) revisou pela primeira vez todos os dados disponíveis sobre esse produto químico em 1990. Eles o consideraram seguro quando aplicado topicamente em concentrações de 1% ou menos.

Em 2007, o painel revisou os novos dados disponíveis e confirmou sua decisão anterior de que é seguro para adultos usar topicamente em concentrações muito baixas.

A Comissão Européia de Saúde e Segurança Alimentar também atribui a este produto químico uma classificação "segura" quando usado em cosméticos em uma concentração de 1% ou menos. No entanto, este relatório observa que o uso de vários produtos, todos contendo uma dose baixa, pode resultar em superexposição.

O Japão também restringe o uso em cosméticos a uma concentração de 1%.

O fenoxietanol é conhecido por causar reações alérgicas na pele em algumas pessoas. Alguns argumentam que essas reações ruins são o resultado de alergias nas cobaias. Outros argumentam que é simplesmente um irritante da pele que afeta diferentes pessoas em diferentes níveis.

Vários estudos mostraram que humanos e animais podem experimentar:

Em um estudo em um ser humano, este produto químico causou urticária e anafilaxia (uma reação alérgica potencialmente fatal) em um paciente que usou produtos tópicos para a pele com o ingrediente. Porém, a anafilaxia causada por este produto químico é muito rara.

Em outro relato de caso, o gel de ultrassom que continha esse produto químico causou dermatite de contato em um ser humano.